quarta-feira, 21 de abril de 2010

Atriz, ser ou não ser.

Antes me considerava aluna de teatro. Mas hoje digo que eu sou sim atriz. E amo o que eu faço, sou outra pessoa quando estou em cima do palco.
Porém, fazer teatro é conviver num ninho de cobras, onde, na maior parte do tempo você não tem amigos. Você tem adversários.

Dediquei 3 meses da minha vida por um ideal. Um espetáculo, como eu nunca tinha feito. Apresentei como se mostrasse meu filho à platéia. Fomos aplaudidos de pé, elogiadíssimos. Porém não quero que o projeto se acabe. Ninguém cria um filho para o perder no tempo e espaço. E é o que eu vejo acontecer. Festivais, Viradão Cultural... e nenhum interesse em levar nosso trabalho a lugar nenhum. Falta de interesse nosso? Jamais. Como já disse, amamos aquilo quase que como um filho! Falta de confiança em nós, talvez. Afinal, na primeira oportunidade nos disseram: 'fulano, ciclano e beltrano estão querendo muito fazer essa peça!' Imagino que se eles fossem o elenco, a peça estaria até em cartaz.
Falta de confiança. Falta de apoio. Descaso. É isso que eu vejo acontecer com algo que eu tomei, cuidei e cultivei como meu. Eu e mais 12 atores.

E são nessas horas que eu questiono se é esse caminho que eu pretendo seguir. Felicidade instantânea. Sabem o que é? Estar feliz naqueles 2, 3 meses, estar em êxtase com uma apresentação, ser elogiada, sonhar e... E acabou. Tudo isso passa depois, não sobra mais animação nem orgulho. Nada. Fica um vazio, uma sensação de dever cumprido, mas falta alguma coisa. Falta muita coisa.

Eu gosto de felicidade plena. Acho que esse mundo não é o meu.

PS. Post totalmente pessoal.

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